Mar 26, 2009

Visas para a China - 中国的签证


As autoridades chinesas concedem vários tipos de Visa de acordo com a identidade do requerente, os objectivos da solicitação e o tipo de passaporte.


O Visa comum integra 8 sub-categorias, a saber: L, F, X, Z, G, C, J, e D.

Tipo L (turismo): concedido àquele que vem à China com propósitos turísticos, para visitar membros da família, ou por qualquer outro assunto de natureza pessoal. Permite uma única entrada, normalmente por um período de 30 dias.

Tipo F (negócios): concedido àquele que é convidado a dar ou participar em conferências, investigação; àquele que vem por motivos de negócio ou ainda intercâmbio cultural e estudos de curta duração. Válido para múltiplas entradas, por um período de até seis meses. Há necessidade de apresentação de uma carta convite de uma instituição chinesa. O visto poderá ser prorrogado por até três meses.

Tipo X (estudante): concedido àquele que vem à China por motivos de estudo ou estágio com duração superior a seis meses. Concedido mediante a apresentação de inscrição num estabelecimento de ensino aprovado.

Tipo Z (trabalho)
: concedido àquele que vem trabalhar na China em empresas estrangeiras ou em joint-venturas. Também atribuido aos membros da sua família. Requer a apresentação de carta da empresa empregadora.

Tipo G (trânsito): concedido àquele que está de passagem à China. Válido por um período menor do que sete dias.

Tipo C (tripulantes): concedido à tripulação de aviões, barcos bem como aos membros da família.

Tipo J (jornalistas): concedido aos jornalistas estrangeiros. O tipo J está dividido nas seguintes categorias: Tipo J-1 para os jornalistas correspondentes estrangeiros residentes na China e o Tipo J-2 para os jornalistas correspondentes em missão de curta duração no país. Concedido para permanência de até um ano (Tipo J-1) e para permanência de até trinta dias (Tipo J-2).

Tipo D (autorização de permanência): concedido àquele que reside permanentemente na China.

A marcha dos voluntários - 义勇军进行曲

O hino Nacional da República Popular da China intitulado "A Marcha dos Voluntários" foi criado em 1935, com letra do poeta e encenador Tian Han e música do compositor Nie Er.


Tian Han (田汉) (à direita na foto) nasceu em 1898, na província de Hunan. Aos 18 anos de idade foi para o Japão onde conheceu e apaixonou-se pelo drama moderno. Ao voltar para a China tornou-se num dos maiores vultos do drama moderno chinês, sendo considerado o impulsionador desta arte.
Tian Han, homem pobre e humilde, é autor de largas dezenas de peças de teatro, opera, guiões de filmes, bem como de várias centenas de poemas.
Faleceu em 1968.

Nie Er (聂耳) (à esquerda na foto) nasceu em 1912, na província de Yunnan. Músico, tocava vários instrumentos tradicionais chineses e também o violino. Faleceu em 1935, algum tempo depois de ter composto a música do hino, no Japão, afogado. Há suspeitas de que a morte não tenha sido acidental.

Pelas diferenças existentes, seguem duas traduções em português do referido hino. A 1ª encontrada no Wikipedia e a 2ª no site da Embaixada da China em Portugal.

A marcha dos voluntários


Levantai-vos!
Vós que recusai a escravatura!
Com o nosso sangue e carne
Construiremos uma nova Grande Muralha!
A Nação Chinesa está num momento crítico
E de cada peito lança-se o último clamor:
Levantai-vos!
Levantai-vos!
Levantai-vos!
Nós, os milhões de corações que batem em uníssono,
Em desafio ao fogo inimigo, marcharemos!
Em desafio ao fogo inimigo, marcharemos!
Marcharemos!

(versão encontrada no Wikipedia)

De pé!
Os que recusam a escravidão!
Com nosso sangue e carne, levantamos uma nova Grande Muralha!
A Nação Chinesa enfrenta seu maior perigo,
De cada peito oprimido surge o último chamado:
De pé, de pé, de pé!
Somos milhões de corações que batem em uníssono,
Desafiando o fogo inimigo, marcharemos!
Desafiando o fogo inimigo, marcharemos!
Marcharemos, marcharemos, avante!

(versão encontrada no site da Embaixada da República Popular da China em Portugal)

义勇军进行曲

起来!
不愿做奴隶的人们!
把我们的血肉,筑成我们新的长城!
中华民族到了最危险的时候,
每个人被迫着发出最后的吼声。
起来!起来!起来!
我们万众一心,
冒着敌人的炮火前进!
冒着敌人的炮火前进!
前进!前进!进!

(versão original)

Mar 23, 2009

Diferenças culturais entre chineses e ocidentais - 中西方文化的不同

Liu Yang (刘扬) é uma artista chinesa de Beijing, nascida em 1976. Estudou na Inglaterra e vive actualmente na Alemanha.
Em 2003 organizou uma exposição intitulada "Diferenças entre alemães e chineses", uma exposição que retrata as diferenças culturais entre os alemães (ocidentais) e os chineses, através de imagens.

As ilustrações são bem divertidas mas cheias de realismo.
Exponho aqui algumas delas.
À esquerda, em azul, os ocidentais e à direita, em vermelho, os chineses.

_______________________Filas

_______________________Hora do duche

_______________________No restaurante

_______________________O chefe

_______________________Raiva

_______________________Relações Sociais

_______________________Sábado na rua

_______________________Vida quotidiana

Seguem os endereços do seu site e blogue:
http://www.yangliudesign.com/
http://yangliudesign.blogspot.com/

Supermercados estrangeiros em Nanjing - 外国超市在南京

Em Nanjing podemos encontrar pelo menos 4 diferentes supermercados “estrangeiros”.
Todos eles oferecem uma vasta gama alimentar adaptada ao consumo local: produtos nacionais e locais, venda avulso superior àquilo que é costume na Europa, o peixe é vendido vivo, etc., mas também apresentam produtos importados tão desejados quando nos encontramos longe “de casa”.

Temos o americano Wal-Mart (沃尔玛) localizado em pleno centro da cidade, mesmo alí em Xinjiekou (新街口) no centro comercial Wanda Shopping.
Este supermercado está repartido em dois andares, sendo que no 1º andar encontra-se a secção alimentar e no 2º a não-alimentar: electrodomésticos, brinquedos, roupa, calçado, livraria, jogos de cama, produtos de higiene diária, produtos de limpeza, etc.
A área dos produtos importados é muito pequena. Diria até, ridicularmente pequena, limitando-se a um placar.
O Wal-Mart instalou-se na China em 1996.

Há o gigante francês Carrefour (家乐福) que tem dois supermercados nesta cidade. Um localizado em Daqiaonan (大桥南) e outro em Daxinggong (大行宫).
Aquele que eu descrevo em seguida é o que se encontra em Daxinggong.
Este supermercado é, curiosamente, subterrâneo. Encontra-se pertíssimo da biblioteca de Nanjing, na Praça do Povo.
Também dividido em dois andares, seguindo a mesma lógica do Wal-Mart, podemos igualmente encontrar produtos importados.
O Carrefour tem um parque automóvel subterrâneo.

O Carrefour instalou-se na China em 1995.

Temos igualmente o Auchan (欧尚), outro francês. Há pelo menos 2 supermercados Auchan, um em Nanjing, mais precisamente em Hanzhongmen (汉中门) e outro nos arredores, em Jiangning (江宁).
Irei aqui falar do recentemente inaugurado em Jiangning.
Aqui também encontraremos o supermercado construido em dois andares sendo a disposição dos bens alimentares e não-alimentares idêntica à dos seus concorrentes acima mencionados. No entanto, a disposição destes bens segue uma lógica mais funcional.
O Auchan tem um parque automóvel e um parque para motos e bicicletas.

O Auchan instalou-se na China em 1999.

Finalmente, há o alemão Metro – Cash and Carry (麦德龙). Instalado no centro de Jiangning (江宁), mais precisamente em Yuhuatai (雨花台), arredores de Nanjing portanto.
Nunca lá fui, por isso não posso falar deste supermercado. No entanto, o sistema é igual ao da Europa, ou seja, é preciso ser um cliente Metro (e para tal, ser comerciante ou retalhista) e adquirir um cartão Metro para podermos efectuar aí as nossas compras.

O Metro instalou-se na China em 1995.

Pessoalmente, gosto muito mais do Auchan do que dos outros. A carne é de qualidade superior; os frutos e vegetais mais frescos; temos aqui pão francês (a baguette. E boa, diga-se de passagem); os corredores e as prateleiras estão disponibilizados seguindo uma lógica coerente (contrariamente ao Carrefour e ao Wal-Mart onde é tudo muito confuso); a oferta em termos de produtos importados é maior (bem maior!) e a relação qualidade-preço é muito melhor aqui.
Para quem vive em Nanjing fica um pouco fora de mão mas há vários autocarros que param perto e a viagem de táxi rondará os 30 Yuans (cerca de 3 Euros).
Mas para mim, que vivo nos arredores, este é o que fica mais perto (40 minutos de autocarro) e, sorte minha, o melhor deles todos!

Mar 21, 2009

O noticiário do Governo Central - 新闻联播

A Televisão Central da China (CCTV, sigla do nome em inglês) transmite diariamente às 19h em ponto o noticiário do Governo Central denominado por Xinwen Lianbo (新闻联播).

Acho sempre muito interessante assistir a este noticiário (mesmo que não perceba ainda muito mandarim).
Os apresentadores (geralmente dois, um homem e uma mulher) são já velhas figuras conhecidas dos chineses. A postura é impecavelmente irrepreensível, quase que não se movem e o discurso é dado sem qualquer tipo de emoção: nem um sorriso, nem uma graçinha.

O programa inicia-se sempre com as actividades do líder do Partido (em Portugal com o futebol) e, salvo raras exepções, nunca menciona incidentes nacionais (apenas as televisões regionais darão conta de alguns problemas nacionais ou locais).

Porquê que acho este programa interessante? Pelo teor das notícias, claro!
Em meia hora ficamos a saber como tudo está bem na China: os efeitos das políticas de estímulo ecónomico estão a ter resultados satisfatórios (num cenário de crise internacional, verifica-se cá um constante crescimento económico); os camponeses estão satisfeitos com os incentivos do Governo; a China reforça os inúmeros laços diplomáticos e de amizade com muitos países; o Governo presta especial atenção ao meio ambiente e ao bem social; o mundo elogia a China, por diversas razões; o povo tem o que comer; os tibetanos vivem felizes e no Xinjiang reina uma total harmonia.

O noticiário é também um dos canais privilegiado para a transmissão das directivas do Governo central. É transmitido 2 ou 3 vezes por dia (o mesmo noticiário) e em vários canais televisivos em simultâneo.

Mar 14, 2009

Campanha Nacional Plantar Árvores - 植树节

Na China celebra-se, desde 1979, o Dia da Árvore no dia 12 de Março.

Em 1981, na realização do IV encontro do V Congresso da Assembleia Nacional Popular da República Popular da China, criou-se a “resolução sobre o voluntariado nacional da campanha plantar árvores” (关于开展全民义务植树运动的决议) que decreta que todo o cidadão com idade superior a 11 anos e inferior a 60 deverá plantar anualmente entre 3 a 5 árvores. Esta medida foi criada com o objectivo de reflorescer cerca de 20% do território até 2010.
De facto, de “voluntário” pouco tem esta campanha, pois na verdade, é sim uma obrigação/dever (obrigação/dever da comunidade). Por assim dizer, a população deve, de forma voluntária, contribuir à reflorestação nacional.

Anualmente, são biliões de árvores plantadas em todo o país (atenção, nem todas as árvores plantadas sobrevivem).

Muitas empresas, instituições e comunidades organizam actividades no sentido de levar os seus funcionários, estudantes, habitantes, comerciantes, etc. a plantar árvores em parques urbanos ou no campo.

A dimensão (em termos humanos) que esta actividade anual pode tomar é impressionante. Aqui perto de minha casa foram mobilizados esta manhã cerca de 20 autocarros (o equivalente a +/– 800 pessoas).
Toda esta gente veio plantar árvores numa reserva natural em Jiangning (江宁) nos arredores de Nanjing.

Mar 10, 2009

Sugestão DVDs (I) - 推荐 DVD (一)

Tentarei neste blogue, sugerir de quando em quando, alguns livros e DVD relacionados com a China.
As minhas primeiras duas sugestões de "visionamento" DVD são as seguintes:

China: A Century of Revolution (中国革命的世纪)
Filmado a cores e a preto e branco, este documentário de 6 horas transporta-nos para um período muito conturbado da história da China: a pré e pós revolução cultural.
O filme está dividido em 3 partes:
1ª parte: China in Revolution 1911-1949
2ª parte: The Mao Years 1949-1976
3ª parte: Born Under the Red Flag 1976-1997


Up the Yangtze (沿江而上)
Documentário da autoria de Yung Chang.
O filme centra-se nos efeitos sociais e ambientais da construção da maior barragem do mundo, a barragem das Três Gargantas construída no rio Chang Jiang (Yangtze), em Hubei, China.
A construção da mesma obrigará, no total, o deslocamento de cerca de 1,2 milhões de habitantes bem como será responsável pelo desaparecimento de inúmeras aldeias, cidades e habitats (eccosistemas).

Mar 6, 2009

Curiosidades - 好奇心

1ª publicação/artigo (post) dedicado às curiosidades na China, que não são mais do que diferenças culturais.
São aspectos interessantes com os quais me vou encontrando diariamente.

1ª curiosidade:
A sopa na China não se come, bebe-se!
É verdade, enquanto que nós dizemos: "Come a sopa!" ou "quero comer uma sopinha", por cá diz-se "bebe a sopa!" ou "quero beber um sopinha".
Aliás, muitas vezes, quando perguntamos a uma chinesa (sim, serão sobretudo elas) o que querem beber à refeição a resposta será: uma sopa (喝汤, "hetang", literalmente "beber sopa");

2ª curiosidade:
Na China não existe rés-do-chão.
O andar térreo (o nosso r/c) é aqui o 1º andar. Assim, o 2º andar na China é o nosso 1º.
Actualmente moro no 5º andar (chinês), o que corresponde "na realidade", ao 4º andar.

3ª curiosidade:
A ausência de pudor (ou excesso de "à vontade") adicionado à um certo sentimento de comunitarismo. Aliás, a intimidade chinesa difere bastante daquela à que estou habituado (aquela que me foi transmitida).
Um caso revelador desta característica é quando utilizamos as casas de banho públicas (ou privadas, como nos centros comerciais).

Primeiramente, a maioria delas são casas de banho turcas (buraco no chão) mas, verdade seja dita, encontro mais WC públicos na China do que em qualquer outro pais onde já estive. Pois bem, estas podem ter apenas um pequeno muro que as separam e quando tem paredes (como as mais recentes) podem não ter portas!
De qualquer forma, já vi milhares de vezes utilizadores que, mesmo que estas tenham portas, não as fecham! É vê-los agachados, defecando, lendo um jornal ou falando ao telemóvel, perante todos aqueles que entrem no WC... ah não acreditam? Pois aqui vai uma fotografia que tirei em Lanzhou (兰州) (capital da província de Gansu, noroeste da China).

Civismo na China - 公民精神在中国

O que há a dizer sobre civismo na China?

Nada.
Absolutamente nada.

Aliás, não posso falar de algo que nunca vi.

Mar 3, 2009

Tintin na China - 丁丁在中国

O Lótus Azul (蓝莲花) é a mais conhecida aventura de Tintin na China. Dos 22 volumes publicados (oficialmente) na China em 2001, este é aquele que se esgota mais depressa.

Tintin em chinês mandarim é dingding (丁丁).

Um mensageiro proveniente da China encontra-se com Tintin na Índia, onde este está a descansar após mais uma aventura.
O objectivo do encontro é pedir ajuda ao repórter. No entanto, o mensageiro é atingido por uma flecha envenenada que o leva à loucura. Apenas terá tempo para pronunciar as palavras “Mitsuhirato”, “precisamos de si” e “Shanghai” antes de perder totalmente a razão.
Este caso tem ligação com traficantes de droga contra os quais Tintin enfrentou-se numa aventura anterior.
É desta forma que Tintin parte para Shanghai, com o objectivo de desvendar este caso. Mas o japonês Mitsuhirato, que mais tarde aprendemos ser um trafiquante de ópio, irá dificultar a vida ao repórter…
Para o inspirar mas sobretudo informar da China, Hergé (desenhista, criador de Tintin) é apresentado a Zhang Chongren (張仲仁), um jovem estudante chinês que fazia parte da Academia das Belas-Artes de Bruxelas. Tiveram longas conversas que deitaram abaixo os estereótipos de Hergé em relação à China, construindo simultaneamente uma profunda amizade entre os dois.

Tanto foi, que Hergé criou a personagem Tchang (transcrição fonética de Zhang) que viria a acompanhar Tintin em 3 das suas aventuras.
Neste álbum, Tchang é um verdadeiro amigo para Tintin, acompanhando-o por todo o lado, ajudando-o sempre e no fim, fazendo mesmo chorar Tintin, quando este deve deixar a China.

Zhang Chongren (1907-1998), virá a ser um famoso artista e escultor, tendo inclusivé um museu em sua memória na sua cidade natal, Shanghai.
A aventura de Tintin na China iria revelar uma imagem do país, mais próxima da realidade.
Hergé pretende derrubar mitos infundados (europeus e chineses) bem como criticar a atitude ocidental perante o conflito sino-japonês que favorecia o Japão. Hergé fora mais tarde, criticado por representantes japoneses em Bruxelas.
Mas esta aventura dá-nos a conhecer também a China, a sua cultura, a sua língua, a sua gastronomia e o seu povo.
A capa original do álbum editado em 1936 (capa da esquerda) foi inspirada de uma fotografia que serviu de capa para o magazine A-Z, na qual se vê a actriz sino-americana Anna May Wong (黄柳霜) pousando num fundo negro do qual sobresai um dragão vermelho (imagem seguinte, à direita).
Mais tarde, na sua edição a cores (1946), a capa do álgum será alterada e nela veremos um dragão negro num fundo vermelho (capa da direita).
Tintin tem também aqui, um grupo de fans...!